VIDA DE DIARISTA
VIDA DE DIARISTA
Lá vai ela
Pela estreita ruela
Sonhando feliz
Esquecendo o dia infeliz
Saiu de casa ainda madrugada
Já estava cansada
Dois ônibus e um trem
Pra chegar na casa de quem tem
Trabalha de diarista
Recebe sempre a vista
Mas paga em prestação
De comida a medicação
Tem marido alcoolizado
Dois filhos já criados
Que vivem sem escola
Cheirando de coca a cola
Sustenta a todos com sua faxina
Que aos poucos sua vida elimina
Dia a dia de sol a sol trabalha
Para quem só a atrapalha
Não reclama é resignada
Acha que sua vida não vale nada
E caminha sonhando acordada
Com vida menos aviltada
Sabe que vai ser difícil mudar
Mas tem esperança sabe esperar
Quem sabe seu sonho sem verdade
Acabe um dia em realidade
E assim vai caminhando
Torcendo esperando
Que um dia a novela
Vire a vida dela