Mais uma Vez... (16/02/08)

 
Mais uma vez me fizeste sofrer
Sofrer ou amar, é a dicotomia da vida
Se é tão rude pensar em viver ou morrer
Resta crer que existe saudade numa rotina consumida
 
Instruída pela razão, a cada vôo, a cada dia
Imagino todo este poder, dentre flores e frutas
Que rendem mares de fidalguia boçal que já soía
Banais? Jamais... és a pétala mais pura de mente tão culta!
 
Mas quando sinto tuas hortênsias tão distantes
Julgo-me infame e não vou ficar mudo
Como posso sepultar-me e alegrar-me em todos instantes?
Jurar-me-ia loucuras de olhos tão penetrantes
 
É tão intenso amar... Se soubemos o que seja
No rompante triunfante de tuas mãos calejadas
Recuando os temores, conquanto brado – veja!
É minha linda... de lágrimas acalentadas
 
Só vejo reflexos...és meu espelho e não tenho recíprocas
Pois não vês a distância o meu pranto adormecer
Fútil inocência é a minha existência de mente tão tola
Que ainda pensa que mais uma vez me fizeste sofrer
 

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imagem: antonioreis (google search imagens)