O homem de pano, com o coração de papel.

Um homem de pano,

Cosido por engano,

Coração de papel,

Sonhando em lã,

Apaixonado por um vestido de noiva,

Juntou algumas moedas e comprou um véu,

Buscou na agulha um poema,

Escreveu com seda uma história,

Comprou um jornal e fez um filho,

Rasgou dois olhos, e fez um coração de pano,

Com papelão fez uma casa,

E do amanhã sem planos,

Espera apenas um séqüito de tecidos em solidão,

Seu coração de papel rasgou,

Seu filho de jornal chorou,

Pobre coraçãozinho de pano,

E véu mulher, ficou negro em luto.

Leo Magno Mauricio
Enviado por Leo Magno Mauricio em 02/02/2007
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