Dia para esquecer

Há dias,

que já começo

com azia,

sem sombra

ou água fresca

Há dias,

que já acordo

com cefaléia,

sem dipirona

ou bolsa d´água

Há dias,

que já levanto

com dispnéia,

sem busonida

ou bombinha

Há dias,

que já amanheço

com taquicardia

sem captopril

ou isordil

Há dias,

que já caminho

com fadiga

sem ressaca

ou chuva

Há dias,

que já termino

com tristeza

sem fluoxetina

ou nicotina

Há dias,

que já me retiro

com certeza

sem anfetamina

ou utopia

AjAraujo, o poeta humanista, escrito em 19-Maio-12, sobre dias muito difíceis do cotidiano. Imagem: constelação do Órion.