A FLOR E A GEADA

Infelizmente, sou um excluido da sociedade,
uma doença incurável, mas que infelicidade,
sou proibido, não posso em nada trabalhar...
Mas a vida   caminhando em meu corpo vai,
ouvindo as moedas que no meu chapéu  cai
são poucas,mas irão a tarde me alimentar...

A moeda, de um coração amigo,
alimentará esse mendigo,
que por ele irá rezar...

E infelizmente, moro numa cidade gelada,
uma velha ponte ,é a minha pousada,
perante a natureza, lá busco a proteção...
Se não bastasse esse meu imenso vazio,
tenho que enfrentar, esse mundo de frio,
que invade a noite, em Campos do Jordão...

Gente, que me dá comida,
que olham a minha ferida,
sem sentir a rejeição...

Cobertor? Protegido por tantos jornais,
tenho a noite, os meus sonhos tão irreais
coisas da vida, que ninguém merecia ter...
Queria tanto um lar, uma família, carinho...
Voar, ser tão livre como um passarinho,
mas não posso,sou proibido de viver...

Manhã, coberta de geada,
a flor, de gelo branqueada,
como queria, com ela morrer...


GIL DE OLIVE
Enviado por GIL DE OLIVE em 24/05/2012
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