Chora, Diabo.

Essa alma maldita, cujo peito um coração sangrando palpita.

Dias e noites funestas...

Quando tudo vira noite...

E o frio do corpo na alma vem fazer morada.

Eu, nessa enseada, não sei nada, não sinto nada, além da obscura dor.

Calafrios dentro e fora de mim.

Há algo aqui, que chora, mesmo quando meu rosto sorri.

Porque eu me sinto, como que a cada dia mais atirado no abismo da sombra da morte.

Eu, lutando insensantemente para sobreviver e de dor não morrer.

Minha alma a sofrer.

Meu peito a arder e meu coração no fogo a se consumir.

Minha mente, minha mente a enlouquecer e todo dia é um eterno anoitecer.

Ouço os sinos; os sinos chamando para a derradeira partida.

Minha vida na penumbra da corriqueira sombra.

E não há para onde eu me esconda onde o sofrimento não me encontre.

Meu tormento, minha ferida: meu rancor é o fermento de meu mal.

lágrimas brotando do sangue fétido que sai de minhas podres entranhas.

Eu mergulhado na noite...

Meus olhos sensíveis a luz...

E eu só enxergo a escuridão.

Meu coração no vazio.

Minha alma a esmo.

Meu peito em desespero.

Minha mente a se perder e de dor a enlouquecer.

Minha vida mergulhada na erva daninha chamada injustiça.

E eu cansado de engolir tanta carniça.

Perdido nessa imundice.

Esse mundo é pura tolice.

No peito uma dor sangra dia e noite.

Meus pés colados na cama suja e fétida.

E o cheiro de meu corpo imundo se mistura a minhas lágimas amargas.

sabor de fel, no meu mundo nada de sol, apenas e somente o inferno.

Calada, embrenhada no silêncio, minha alma descarada chora...

Chora sem saber porque, chora apenas para me fazer sofrer.

Eu perdido no fundo bem fundo, do fundo mais fundo, do poço fundo.

E completamente impotente, sem nenhum poder sobre minha alma, meu coração sangra sem parar e minha mente desesperada só faz gritar: Chora, Diabo, chora, Diabo, chora!

Marcos Welber
Enviado por Marcos Welber em 29/05/2012
Código do texto: T3694775
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