.x.|. OrQuíDeA e a PouCa PaZ dO aMoR .|.x.

E nos detalhes

[Nos entalhes naturais]

Daquela flor

Me vi perdida...

E vi a vida

Nos dedos poderosos

D'um tecelão irado...

E vi minha vida

Ainda que VIDA, de fato, me falte...

E aquele caule,

Erguido e a envergar-se,

É como a alma a entregar-se

Pela pura vontade de já não ser...

E me vejo pálida, tão branca quanto

Aquela orquídea no canto.

Que encanta

Ainda que exale

Tal tristeza d'um cristalino confinamento...

E me vejo cálida, mordendo os lábios,

Lânguida e ávida...

Como a orquídea pálida

Por estar sequiosa de amor...

Me sei ardida, aturdida, perdida

Em paixão e intenso langor...

Então, cai a chuva pesada

E lembra: há bem mais

Que a paixão fugaz a sentir...

Pois grita esta chuva violenta

Que a prova mais cruenta

Acerca do amor a fluir

É nunca [jamais] ter a paz.

xll CLaRa Lee llx
Enviado por xll CLaRa Lee llx em 29/05/2012
Código do texto: T3695112
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