CINZAS...

O canto triste do poema não é meu.
Tão pouco as lágrimas do poema são minhas...

O pranto do poema não é meu.
Nem a tristeza dessas rimas tão sombrias.

Os soluços que agonizam não são meus.
Por que será que ouço vozes tão longínquas?

O abismo do poema não é meu.
Essa dor que martiriza não é minha...

O suicídio do poema não é meu.
Nem essa treva que arrastou a sua vida.

Só o silêncio desse poema é meu.
Somente as cinzas de inspiração são minhas..


Dora Estrella
Enviado por Dora Estrella em 03/06/2012
Reeditado em 05/06/2012
Código do texto: T3703220
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