de onde brotou as acácias ?

Ah, mero ímpeto de cólera...

Faz-nos perdermos a glória,

E os sonhos belos de outrora.

Ficam esvaídos na história

Os bárbaros deturparam a aurora,

Tudo que restou foi embora

E as belas acácias onde estão?

Morreram em busca de um sonho vão!?

Tais menoscabos vêm agora

E espero o dia que verei o grão

Das cálidas pétalas que o ignora

Esvaíssem como poeira ao vento

Que brota, rola,sobe do chão

Igualmente nosso reles pensamento.

Voltei às origens medianas

E meus frívolos pensamentos

Brotam como um jasmineiro

Em solo fértil, e as desumanas

Chagas retornaram com intentos

Traiçoeiros ,frios . Oh, golpe derradeiro...

Tu que arrancaste de meu peito o primeiro

Dos fetos que agonizaram em minha mente

E agora o que sei é que teu cativeiro

Mente, não sente, só mente...

Eternamente me iludi com tais peripécias,

Hoje vejo que um sonho idolatrado

Quando se é quebrado

Resta apenas a lei da inércia.

Ah, sentimento amargo;

Por que vives dentro de meu peito

Corroendo, destruindo tudo por dentro,

Essa coisa é horrenda,

Viver entre bombardeios e mais bombardeios...

Sendo ao mesmo tempo pavio e conciliador de dor;

É assombroso sentir raiva de si próprio

Por não poder fazer o certo, sabendo que é motivo de tudo isso.

Quero fazer algo: O quê? Não ouço ninguém falar, nada.

Tento fazer minha parte, porém melhor é não fazer nada.

Não suporto essa sensação auto destrutiva.

Luz, preciso de uma que me mostre o caminho a seguir,

“ Se deixo ou se fico’’ se deixar.estarei sendo cúmplice,

Se ficar serei vitima. O que fazer?

Há um momento nessa estrada,

Onde não tem mais caminhada.

O medo nos estaciona e a depressão

Nos circunda , o medo da escuridão:

Assombra todo o peito, e o erro

É verme que destrói minha alma

Por que ter tanto medo sem razão

Prantos são chuvas de verão. Sou desterro!

Meu sorriso não é real , e o que é?

Sei lá se estamos sendo usados,

Se somos relés seres sem vida,

Ou se vivemos esperando a partida!

Somos frustrados, mal amados,

Vistos como empecilhos, bichos,

Somos humanos: amamos e odiamos ...

Sou áspero, caudaloso, torpe, lixos.

Tudo que quero é respeito,

Isso é pedir de mais? Nesse leito

O vento vem e vai, meu peito sofre,

Sofre cada vez mais! Quero um cofre

Pra guardar o que restar de mim

E que outrem possa tirar e pôr algo no lugar,

Sinto em não ter o que dispo no fim.

Meus sonhos se desfalecem no mar.

Das almas presas às impossibilidades

Tudo é casual e riso é algo ilegal!?

Simples instante na frialdade

É o meu mal. uma só vez pode ser fatal!

Quero forças não suporto tal dor,

Ainda penso em amor, onde há

Tal flor? Dentro em mim?expor

O que sinto é desleal ao sonhar

Quero ser algo que brilhe, e sou

Tão opaco quanto o desamor.

A doçura não esta onde estou,

Procuro alguma solução ao rancor;

Navego em minha mente inconsciente

Procuro lá, palavras que descrevam

O que realmente existe, tão rente

Ao meu ser.Tudo que vejo é o medo

O que sinto é o frio da solidão.

Ser apassivador, ser um personagem ledo

E não receber o que anseio...

Dói, pois não quero nada que me dão.

Só um pouco de compreensão

Ninguém veio, ver-me no solo

Desprezado por todos os companheiros

Sendo um mísero ébrio eu rolo

Na corda bamba e caio no salão

Do feitiço incorporado a mim

E que faço o meu tablado

Tão frio e iluminado, chegar ao fim...

J LIMA
Enviado por J LIMA em 06/02/2007
Código do texto: T372028