No Campo - 3

Doce delírio de amar,

Doce delírio de perder,

Mas quem eu sou?

Me escondo de mim mesmo

De mim mesmo, eu!

Afinal o que eu sou?

Que dias vindouros

Eu que passei aguardar

Dias sem sol

Eu que fiquei magoado.

Não são os dias o tempo presente?

E quais presentes ganhei?

E quem me dera presentes

Fugi para o campo

Onde serei talvez alguém.

Ver o sol e o céu,

Troca de mundos.

O campo, deveras não sabia

Nele vive a ninfa

E seu nome é Sofia.

Catei as flores do sítio,

Coloquei debaixo da árvore

Para Sofia

Que pegou e me deixou...

Cantei antigas odes

Canções de poetas.

Sofia se foi...

Cantei saudade e tristeza,

Sofia se foi...

Fugi da cidade, me tranquei no campo

Comerei comida de verdade,

Viver filosoficamente,

Como o Cândido,

E esquecer, viajar num sonho

No mundo de Giramundo.

Afinal, por que mudei para o campo?

Por que quero sentir o cheiro da terra?

Desgostei da vida

Na cidade grande.

Grandes labaredas

De fumaças e cansaços,

Buzinas e stress.

Escapar da cidade, do caos.

Nenhum amor deixei,

Talvez nem deixei nada

(Se é que construí alguma coisa)

E que leveza morar no campo!

Ver homens nas plantações,

Gente boa, sem compromissos,

Homens da terra.

Não há filosofia para entender o campo

Como não há metafísica.

Não precisamos compreender.

Saio no frio da noite

Volto à árvore onde coloquei as flores

Esperei Sofia,

Cansei, dormi.

Despertei com o sol no rosto.

Sei que no campo

Nada poderá me levar a tristeza.

Rodrigo Arcadia
Enviado por Rodrigo Arcadia em 12/06/2012
Código do texto: T3720579
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