Abismo

Saudade que fulmina o meu peito,

rebenta, destruindo a minha alma,

alaga o coração de tristeza

e eu fico aqui suspenso e sem pé.

Voltava do mister tão cansado,

beijava-lhe co' amor, gratidão,

alívio de ali vê-la contente

sorrindo com um "ufa!" feliz.

Laçávamos a nós com ternura

e hoje tudo o que vejo é o passado

lotado de lembranças felizes

distantes nesse abismo que é abstrato.

Cairo Pereira
Enviado por Cairo Pereira em 04/07/2012
Reeditado em 11/07/2012
Código do texto: T3759767
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