Sob o sol...

Antes do entardecer o sol veio me chamar

Para caminhar pela praia, sentir a brisa;

Apreciar as cavalgadas do mar;

Lembrar de você, do nosso amor.

A caminhada foi longa, pesada e triste.

A cada passo só ficavam pegadas solitárias.

O sol não caminha, ele flutua.

E mesmo com ele em meus cabelos,

Em minha Pele, sentia-me só.

A’reia era seca;

o mar cavalgava nos acordes do meu coração,

quase parando.

Os pássaros, no céu, movimentavam-se lentamente;

suas asas quase decaídas, os arrastavam em seus vôos;

como eu, ali naquela praia, estava a caminhar...

Tudo tão quieto, tão silêncio,

que por alguns instantes, pensei ouvir sua voz...

A brisa me tocou, senti seu toque...

O mar parou sua cavalgada;

E corri pela relva ao encontro de você!

Os pássaros pousaram...

A brisa parou sua dança em meus cabelos...

Girei sobre mim mesma: cadê você?! – Gritei.

Nesse instante nem o vento ousou a ventar;

O tempo segurou a vida.

Ouvi o caminhar do meu sangue pelas minhas veias.

E o único movimento além do caminhar sanguíneo:

Foram das lágrimas laminando minha face...

O impacto dos meus joelhos na areia;

Minhas mãos se agarrando ao rés;

Meu corpo soluçando...

Minh’alma despedaçando-se...

Minha saudade triste doendo em meu ser.

E sob o sol apagado: afoguei-me

na dor atroz que devorava a minha alma morta.

Edna Maria Pessoa.

Natal-RN, segunda-feira, 09 de julho de 2012, 00h16min