Ó MORTE

 
Ó morte
Chegaste enfim
Atroz, fria e certa.
Cega, não vê que sou forte,
Correto e apropriado.
Por que persiste em levar minha alma
Não te sensibiliza o paraplégico
E sua dificuldade locomotora.
Queres me levar por não ser manco
Não te preocupa o cego
Por não conhecer a luz.
Desiste de mim
Ó morte
Deixa-me vivo e forte.
Não te interessa o velho pobre e fraco
O louco, o manquitolo.
Não tens pena do viciado
Da prostituta
Do marginal
Da criança que passa fome
Dos sem destinos
Do triste menino
Sem lar
Sem pai
Sem país.
Deixe-me ó morte
Eu tenho saúde, sou forte.
Tenho riquezas, ambição e sorte.
Leva em meu lugar, o canceroso,
O delinquente, o leproso,
Os sem jeito de gente.
Busca nas multidões
Os inocentes
Os descrentes.
Esqueça-me
Ó morte
Muda teu destino
Relata que não me viu
Por que em tua lauda dos escolhidos
Puseste meu nome como pretendido
Se me desfruto de tudo obtido.
Léo Pajeú Léo Bargom Leonires
Enviado por Léo Pajeú Léo Bargom Leonires em 07/08/2012
Código do texto: T3817844
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