MENINO DE RUA

 
Estou perto do sim, por um fio,
A dor, a esperança, no fim.
Triste e com frio
Vago as ruas, pontes e viadutos.
As migalhas que restam no chão
Que disputo com pombos cruéis
Sãos restos mofos de pães
Jogados ao relento nas manhãs.
Este desafio que me afronta
Os descaminhos
A dor, tristezas, meu grito.
Grito por todo caminho
Meu desejo, meu sonho, no desprezo.
O cão que criei de novinho
É adotado com carinho
Com sorrisos largos e abraços de uma dona.
Volta minha dor, sem ter para onde ir,
Aguardo a noite fria.
Penso no que não faço,
No cansaço faço o que não devia.
No escuro, a mente, passos indecisos, lentos...
Entre os perigos da noite vou sem rumo
Entre homens violentos, meu destino incerto.
Certo da chuva pela violência dos ventos
Certo da morte pela violência dos homens
Busco meu destino, menino de rua, sem sorte...
Não tem destino a não ser a morte.
Léo Pajeú Léo Bargom Leonires
Enviado por Léo Pajeú Léo Bargom Leonires em 20/08/2012
Código do texto: T3839410
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