Ao meu amor distante

Quando o dia chega, chega também minha certeza,

Que o meu mundo sem você, será só tristeza.

Serei estrela perdida nesse universo, sem elo.

Corro à janela do meu quarto e vejo:

- O sol magnífico a dispor-se no horizonte,

Aos seus pés, o mar.

Olho para mim e sinto ao sobrar da brisa:

- Uma lágrima a acariciar a minha face;

Lamento sua ausência em minha vida,

Com sua presença encravada em minh’alma;

Meu coração chora...

E nesse momento um beijo teu, seria o único

Antídoto a curá-lo da dor que o condena:

- De coração apaixonado a enfermo!

Com a mesma força que o mar quebra-se

Nas pedras, meu coração quebra-se em mim.

E sua dor flui em lágrimas vermelhas,

Desenhando o caminho dessa dor sem tamanho,

Que, como um tufão deixa-me sem nada;

E meu corpo inerte continua na janela;

A olhar o mar de joelhos sob o sol...

E não existe mais nada que seja vida, além

Da minha própria morte!

Um desatino da sorte que te arrancou

Da minha vida, do meu forte...

E nesse último momento

Só a tua presença para salvar-me

Da certeza do fim;

Um fim, que nem o mar

Quer compactuar;

Negando-se a cavalgar,

Para não fazer das ondas,

Mais intensas, violentas,

Para não ser cúmplice

Dessa loucura da vida,

Que olha a vida,

E mesmo assim, diz adeus.

Para o seu amor ir buscar:

- Na infinidade do horizonte,

Nas profundezas do inexistente,

Para só assim, se salvar!

Edna Maria pessoa.

Natal-RN, sexta-feira, 03 de agosto de 2012.