De nada vale.

De nada vale.

De nada vale escrever

se for para o eu.

Para meu ego, de nada vale.

Se ninguém ler meus versos,

melhor ainda.

Se minha caneta não for vista

tudo de bom.

De nada vale

para o grande vale da vida

a minha escrita soberba..

de nada vale.

Meus versos são para quem?

Para mim?

Minha caneta escreve para quem?

Para mim?

Meus versos de nada valem

se forem para mim.

Meus versos serão vazios

se forem para o meu eu.

Se minha escrita for para os outros

não seria um bezerro de ouro?

Quantas coisas,

quantas vezes.

Talvez eu pare

com meus versos.

Talvez eu cesse

a minha escrita.

Minha poesia não mais viverá,

nem minha prosa mais respirará.

Meus versos, apagados.

Minha escrita, manchada.

De nada vale a minha escrita

se ela não clamar.

De nada valem os meus versos

se não carregarem a justiça.

Se a verdade não for mostrada,

de nada vale!

Sem a verdade escrita, proclamada

de nada vale!

De nada valem meus versos

se não sangrarem.

De nada vale a minha escrita

sem um coração palpitante.

Ela não valerá se quebrar a cana ferida

ou apagar o pavio que fumega.

Eles não valerão nada

se não clamarem por misericórdia.

De nada valerão

se estiverem mortos.

De nada valerá

se não possuir folego de vida.

De nada valerá minha escrita

sem o Espírito da vida.

De nada valerão meus versos

se não exaltarem o Altíssimo.

De nada valerão

tristes,

molhados, enxugados

de nada valerá, sem o Espírito da vida.

De nada valerá

se não for para glória do Rei.

De nada valerão

se não humilharem-se perante o Criador.

[29/08/12]

Cesare, em tudo capacitado pelo Senhor.

Cesare Turazzi
Enviado por Cesare Turazzi em 29/08/2012
Reeditado em 29/08/2012
Código do texto: T3855490
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