Crisálidas

Enegrecidos matizes do crepúsculo são os náufragos do entardecer...

Os últimos raios que iluminam de detrás das árvores sem folhas,

Palavras são feridas abertas sangrando as estações,

Causando o Outono! Folha por folha que vão amontoando nossa imaginação.

Desde meu silêncio se estendem as areias de um deserto sobre a língua!

Há os vários danos causados pelo tempo, pelas varias mãos do vento.

Secando na gente um surto de palavras!

Cúmulos ou poemas, metáforas?

Olhos boreais encobertos nas pálpebras, estampadas.

Mergulho indecifrável no homem deserdado de mariposas,

Que voaram levando as cores em suas asas frágeis, do meio das ruinas humanas.

O que restou em meio a tanta fumaça, na cinza paisagem de edifícios e poluentes?

Chora sobre meu peito

Se precisas chorar!

Cumpre o teu dever... Aceita os que se enganam! Os de tua volta que te beijam como Judas.

Aceita seu cárcere, de amar sem ser amado.

As crisálidas chegam a ficar esquecidas úmidas nos galhos.

Esperam assim a primavera!

As crisálidas voam ate a luz de tua casa.

E se debatem nas paredes de teu silêncio.

pousam sobre você como palavras!

E ainda que não acredite...

Batem as suas asas com todas as forças procurando o amor

e caem ofuscadas com ele se arrastando pelo chão.

Mas nunca jamais se arrependem de voar.