O que me desgosta
É que meu olho só vê se durmo

Então fico assim, à mercê
Sem prumo

Estúpidas sabedorias, estas minhas...
Que nunca se calam 
E são surdas tal portas 
Se resvalam...

Quereria a demência dos ditos loucos...
Que saltam de abismos com risos limpos 
Andam descalços
Não temem guizos
E esfolam a pele nos leitos dos rios



Ah,se os sons submersos pudessem
Uma vez que fosse ,salvar minh'alma!


Ergueria um altar que cheirasse a mar
Com conchas do tipo que contam segredos
E depois silenciam 
Sem pressa
Nem medos


Mas vai longe tal sonho...


E me desgosta sentir gostos

Caminhar pelo mundo
Desenhar de  pontas de pés meus esboços...


Isto como não soubesse,
Não me comesse a carne
O remorso das falas em prece

Enquanto calado ,
O ventre fenece...


Me consomem meus pensamentos tantos
Se os olhos que miro nem jorram prantos
São aflitivos 
Reviram nas órbitas
Tão tontos...



Me consome existir
Sem saber o que está por vir...


O que me consome
É  que tenho sede,
Tenho fome,

E a dor do mátrio ventre 
É sem nome..



*À minha mãe....





*Sugestão de escrivaninha :
Zuleika dos Reis, poeta ímpar ,letra mui rica e tola que sou ,só agora conheci .

Estou realmente encantada com sua obra e por isto deixo aqui como sugestão sua escrivaninha aos poucos que porventura ainda não conheçam  sua  especialíssima letra .
Segue o link:
http://www.recantodasletras.com.br/autores/thamiris


 





Adah
Enviado por Adah em 04/09/2012
Reeditado em 05/09/2012
Código do texto: T3865863
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