Partida Apócrifa

Talvez eu morra amanhã...

Não espero muitos pés em meus funerais,

Provável que mãos emprestadas levem-me à última morada...

Vejo alguns sorrisos que rendem graças à minha partida,

Não percebo lágrimas nisto que nem é despedida

E ainda ouço questionarem por que tanto vivi...

Passo pela vida é só flechas chacinam minha dor,

Qualquer pranto mesmo que reprimido vem à tona,

Apenas meus olhos vertem a decepção que me desmorona,

Pois a ingrata existência jamais me apresentou ao amor...

Lamentos não existem, somente folguedos persistem...

Sempre fui fantoche ao invés de ser amado,

Carcomido pelo tempo, consignado entre os devedores,

E agora que estou espichado, pronto para ser sepultado

É que se lembram de que nunca conheci o aroma das flores!

Ivan Melo
Enviado por Ivan Melo em 27/09/2012
Código do texto: T3904960
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2012. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.