Solidão no Ônibus

Entrei no ônibus,

Olhei ao redor,

E para minha surpresa,

Não havia ninguém.

Todos assentos vazios,

Andei, então, pelo corredor,

Fui até o final

E sentei-me, sozinho.

Lá fora, só escutava o barulho

Dos carros acelerados,

Das motos apressadas,

Fazendo gritar o mundo.

Lá fora, na calçada,

Um casal de mãos dadas,

Trocavam beijos e abraços

E eu no ônibus, sozinho, sentado.

"Dane-se o mundo", pensei.

No entanto, quando olhei

Para dentro do ônibus,

Ele era exatamente seu reflexo!

Dezenas de cadeiras vazias,

Que podiam ser preenchidas

Por pessoas na minha vida,

Mas não há ninguém.

Nunca senti uma solidão tão forte

Como aquela que senti,

Naquele ônibus vazio,

Que me fez desejar a morte.

Fez-me querer descer na próxima parada,

No meio da viagem, do caminho,

Mas eu não posso.

Devo seguir até o final,

Mesmo sozinho.

André Espínola
Enviado por André Espínola em 25/02/2007
Reeditado em 25/02/2007
Código do texto: T393243
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