IDA

O tempo passou e nada restou,

tudo foi guardado e muito não foi mostrado.

A chuva lavou cada passo dado

e o caminho está todo calçado.

A música terminou e quem ouviu não memorizou,

nem mesmo o som se eternizou.

Assim como a flor sem água murchou,

dos meus olhos toda lágrima secou.

A noite então criança de repente envelheceu

e o dia cansado dormiu.

Meu sonho se soltou e nas asas do tempo embarcou,

e sem alimento com certeza morreu.

A palavra perdeu a força

e o coração de tanto pulsar esmoreceu.

Nada ficou, até a saudade sumiu.

A ida ficou leve,

na mala muito pouco do que se viu

e num caminho incerto partiu.

Lucia Liz
Enviado por Lucia Liz em 28/10/2012
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