Águas Negras

Como uma força inevitável

Me tomando corpo e mente.

Um choque que se sente

De um ser inefável.

Lutando contra o monstro em mim.

No vazio me concentro.

Sinto que chego a parar por dentro.

Tento me libertar assim.

Mas, uma bomba atômica,

Me fervilha, me estremece.

Descontroladamente enriquece.

Sem barreira fico atônita.

Cachoeiras me brotam

Com suas quedas d'águas,

Num barulho de magoas,

De algo que no âmago passam.

Clamo ao Pai que seque em mim.

Que tire de mim essa fonte,

Ao menos diminua e não some,

O rio podre que corre sem fim.