A obra prima e o mar

Os sonhos acenam com um mundo,

Que faz a realidade parecer escória;

O impossível protagonista sorrindo,

Nos faz coadjuvantes da própria história...

Lacei a lua, mas, o nó se desprendeu

E ela se recusou a ser nova para mim;

crescente não, e minguante esperança,

saiu cheia de luz, mas alheia, enfim...

Hoje, apenas alma cheia de manchas,

de tanto cruzar por veredas estreitas;

alguns buscam lenitivo aos meus erros,

mas, minhas imperfeições são perfeitas...

Uma sensação de injustiça ainda por cima,

Empresta seu peso, anexando sua parte;

Meu castelo de areia era uma obra-prima,

Mas o bosta do mar, nada entende de arte...

Desamor me quer, eu preservo os pulsos,

Resta amor próprio nas raspas do tacho;

Sem domínio sobre o vento, ajeito a vela,

Mesmo sem ela a vida segue, eu acho...