Versos perdidos

O poeta chora os versos derramados,

Escorridos pelos vãos dos dentes,

Escapados da boca cheia de segredos;

Versos proscritos e esquecidos.

Ele escreve com seu sangue

Nas paredes de sua própria alma;

Esculpe com navalha na carne,

Cava fundo. Traz à tona

todas as verdades à flor da pele;

Não se assusta com nada;

Não foge, não medra, .

Chora com a falta de esperança,

Dessa ele foge léguas, espantado...

Fica olhando por trás das pedras

Dos corações descuidados;

Desconfiado, arredio e alerta,

Se entrincheira, furtivo, encabulado;

Se abaixa e espera, espera, espera...

Até que os versos voltem a jorrar, a sorrir

Cachoeiras de luz e de alegria;

Até que brotem sentimentos de esperança

Em espíritos férteis e abundantes;

A criança renasça... homem cresça...

E a própria vida reviva florescida...

carlinhos matogrosso
Enviado por carlinhos matogrosso em 13/11/2012
Reeditado em 03/12/2012
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