TRAGÉDIA NO AGRESTE
TRAGÉDIA NO AGRESTE
Gente sem nada
Gente apenada
Sol a pino
Sem água é destino
Morrem de sede
Ao lado da rede
A água que chega
Não aconchega
Triste sina
De gente largada
De alma penada
Vida canina
Descaso de todos
Lavada vergonha
Triste peçonha
Vidas em êxodos
Viver no agreste
É tal como peste
Só o sol é presente
Tudo o mais é ausente
Gritos de ajuda
Não são ouvidos
Nada muda
São esquecidos
A pobreza pungente
Maltrata essa gente
Que vive e jaz
Sem água e sem paz
Morrem na terra
Vivem no céu
Morrem sem guerra
Vivem ao léu