TRAGÉDIA NO AGRESTE

TRAGÉDIA NO AGRESTE

Gente sem nada

Gente apenada

Sol a pino

Sem água é destino

Morrem de sede

Ao lado da rede

A água que chega

Não aconchega

Triste sina

De gente largada

De alma penada

Vida canina

Descaso de todos

Lavada vergonha

Triste peçonha

Vidas em êxodos

Viver no agreste

É tal como peste

Só o sol é presente

Tudo o mais é ausente

Gritos de ajuda

Não são ouvidos

Nada muda

São esquecidos

A pobreza pungente

Maltrata essa gente

Que vive e jaz

Sem água e sem paz

Morrem na terra

Vivem no céu

Morrem sem guerra

Vivem ao léu

Arnaldo Ferreira
Enviado por Arnaldo Ferreira em 21/11/2012
Reeditado em 21/11/2012
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