Alma em devaneios

Cálida manhã

chuva a molhar as folhas do pessegueiro

e eu aqui com minha alma em devaneios

chora coração

tristeza e solidão

mesclam-se na realidade de uma paixão

o que a alma sente o coração não dá pra perceber

imagino como eu ficaria sem você

com a alma em devaneios

e a dor aterrorizando o meu ser.

Gritos surdos ecoam no labirinto de ilusões do meu espírito

o silencio atravessa como gelo a espatifar e cortar o pulso do coração

as veias que dantes corriam sangue

agora correm o veneno da solidão

e eu aqui com a alma em devaneios

triste e a soluçar anseios

deveras eu um idiota e um malfazejo

um anarquista e um percevejo

pudera que minha alma em devaneios

idolatrava o deus dos alheios

como fruta no outono a cair em seios.

Metáforas de um casal louco

Adônis da época d'ouro

Minha vida não é mais um tesouro

e minha alma em devaneios canta neste inferno douro.

Alimento a insônia dos dias do meu coração

em silencio cortante aniquilo a emoção

e dantes amistosa verdade

agora lúgubre mentira da paixão

enquanto minha alma em devaneios

sofre calada pela pobre alma da amada consolação.

Paródias encenam na vida real da pureza da emoção

enquanto minha alma sofre no purgatório da ilusão.

A bela época

a razão apegou

mais meu coração cego pelo ódio

e minha alma em devaneios

apagou a razão pelo qual dava crédito

meu espírito de emoção.

Busquei encontrar uma saída

para a minha alma em devaneios

só que o coração foi apunhalado

por fortes e cruéis anseios.

Radiante e formosa criatura me apaixonei

mais fulguras o raio do ódio aniquilou-a todo o seu ser

e minha alma a perambular pelo umbral,ainda não encontrou o amado ser e a pedir perdão a Deus Pai o perdão tão sonhado do seu viver.

Dia após dia

e minha alma a clamar

liberte-me da opressão

chega de devaneios

mas a razão falou e falou

e a dor e a tristeza

enfiaram uma faca no meu amado coração.

Minha alma em devaneios ainda se encontra

triste pássaro preso na gaiola de ouro

e neste verde louro que ostenta

a paz do céu,caiu o véu e descortinastes o fel que azedou o meu eterno e saboroso mel do meu ser.

Poeta Dom Casmurro
Enviado por Poeta Dom Casmurro em 25/11/2012
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