Catástrofe em Alagoas - Al.
 

Chuva a muito esperada,
Na terra tão ressequida,
Terra de gente sofrida,
Terra dos Marechais.
Chuva que cai do Céu,
E alegra os corações,
Vem destruir os torrões,
Vem e não para mais!

E Deus deixa a chuva cair,
Chove, chove, sem parar,
E a chuva que todos queriam
Começa a nos preocupar.
E a água invade tudo,
Tudo é rio, tudo é mar,
Cai barreira, cai barraco,
Corre gente pra lá e pra cá,
Leva filhos, leva roupas,
Leva o que puder levar!

Cai barraco lá na grota,
Cai barraco na favela,
Caem lágrimas chorosas,
Dos meus olhos e dos dela.
Trinta mil desabrigados,
Gente pobre, que
mais pobre inda ficou,
perdeu casa, perdeu tudo,
e precisa de amor!

Cai chuva grossa, chuva fina,
Derruba casas em Bebedouro,
Derruba lágrimas de Severina,
Derruba lágrimas dos meus olhos.
E deixa muitas “Severinas”,
Órfãs, carentes e pequeninas,
Que choram e sentem dor.
Cadê painho, mainha,
A vóinha e o maninho?
Foi a chuva quem levou!

Inunda a Cidade de Rio Largo,
Alaga o Bairro do Tabuleiro,
Mata tanta gente e nos deixa,
Mudos, com dor no peito!
A enxurrada impiedosa,
Vai chegando aos trambolhos,
Misturando-se com as lágrimas,
Que caem dos nossos olhos!


 
 
 

 
Ahavah
Enviado por Ahavah em 30/11/2012
Reeditado em 08/11/2023
Código do texto: T4013000
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