Inferno particular

Como o cão que lambe o próprio vômito.

Uma pedra de gelo entre o peito e o estômago.

Como a porca que não quer se lavar,

Sentimentos ruins que insistem em voltar.

Um desespero, latejante ora esparso.

Um devaneio, ora ameno ora enfado.

Um tormento, ora intenso ora amargo.

Um sentimento, ora estoico ora parvo.

Um forasteiro entre o meu próprio povo.

Um combatente esquecido e exilado.

A depressão ganha forças de novo,

Uma promessa deixada de lado.

Uma ilusão que tortura e afaga.

Uma prisão de que não mais escapo.

Uma chama ardente/ em minha mente/ um diabo.

Eu criei meu inferno e não posso deixa-lo.