Tristeza



 
A tristeza que sinto agora, muito profundamente,
nada podes fazer para mudar este meu sentimento.
É algo tão forte, vindo da alma, que chego a sentir dor.
Quem dera fosse uma dor física, fácil de amenizá-la!
Esta dor que sinto e que parece vir da carne está mais além.
Além de mim e por isso não consigo dominá-la.
É uma saudade de mim mesmo,
daquele menino que sonhou grande,
mas  que se imobilizou nas incertezas
e, principalmente, no medo.
Medo de tudo e de todos.
Ah! Como seria bom reerguer-me, olhar-me de frente!
Perdoar-me pela minha imensa fraqueza,
reconhecer minha covardia,
Abrir as portas do  meu coração que sangra,
Diluir-me  em versos,
Derramar-me em melodias que encantem
aqueles que sempre acreditaram em mim.
Nada mais posso prometer, meu tempo escapa rapidamente.
Talvez deixe um terno olhar para o mundo,
e  uma carícia para quem, a despeito de tudo, gostou de mim!