ILUSÃO

Ilusão

Longos e difíceis anos se passaram.

Anos caminhei pelos vales da vida

Tentando encontrar-te

Alma deserta sedenta

Desatenta, conturbada

Revirada, intrigada na própria lida.

Noites mal dormidas

Camas esquecidas

Tentei encontrar-te

A fome andava lado a lado

Olhos que se perdiam entre tantos abraços.

Pensamentos acariciavam-me

Açoitavam-me

Esperança desesperançada se desvalia

Canção de uma nota só

Solidão de espinho

Pedras no caminho

E agora que te encontro me sinto só

Pássaro sem ninho

Vida em descaminho

Não posso estar contigo

Não posso ter teu riso

O vento te acaricia não eu

Não posso alegrar com tua alegria, nem embebedar-me do teu vinho.

Encontro-me mais perdido do que quando perdido estava a tua procura

Noite escura

Céu sem estrelas

Batidas às portas do meu coração

Razão que não explica ventos de ilusão.

Inacabado fica para que o ócio não perpetue

Lembrança tua mal formada

Ânsia de beijo que não se pode roubar

Pedido negado!

Desejo de dar lembrar depois quando a sede se fizer presente

Emoção intermitente

Que faço agora que te encontrei?

E todo amor que te dei?

Todavia, tua presença é mais forte entre todas que amei.

Amantino 10/12/2011