Orla de ilusão

Orla de ilusão

Rasga-me o peito um mar de dúvidas

Rasga-me o peito dores jamais sentidas

Tristezas revividas

Ondas que se quebram nas rochas do meu coração

Meu mar senão de saudade de desilusão.

O amor perdido se embala no vento

O sonho vagueia e torna voltar à vida catre de emoção

Ondas ao relento que se perdem em pensamentos

No calar da alma no vazio de sentimentos.

Rasga-me o peito todo padecimento

Não que a vaidade tenha se esvaído no percurso do tempo.

Rasga-me o peito todo sonho desfeito

Imagem contorcida dividida côncava e convexa sem nexo.

Do que se é sabido ou dito sem nada dizer

Sem exprimir o sentir ao se calar quando for

Sem ir a algum lugar que não tenha sido coração

Palma da mão que se fecha por não ter mãos a afagar

O rosto a acariciar no delírio de ter entre dedos a face.

Expressão que em amor não se esconde exala!

No abismo dos seres entre tantos pareceres

Tantos a peregrinar tantos a perecer.

Esquecer desfalecer cada dia

Lembrar cada noite se o instante é dia.

Entre todas as coisas o que se queria é o não sofrer

Para não ter o que lembrar entre céu e mar.

Quando se perde toda nudez em lágrimas

despido dos próprios sentidos eclodidos no íntimo.

Que se cala e nos olhos a própria fala.

Rasga-me o peito toda emoção

Meu mar meu coração

Ondas que não posso conter

Que se quebram em paredes de pedras

Espumas nas areias sem cantos sem sereias

Devaneios sem espaços sem laços

Brisas - Sedução

Orla de ilusão.

Amantino Silva 03/06/2012