A Guerra do Amor
O Amor é uma guerra, um dos mais sangrentos
dolorosos e sofridos dos combates espirituais.
Um eterno embate e duelo de corações
apaixonados abatidos pela ausência, pela saudade,
pela dor do desgaste e pela amarga mágoa da
traição.
O amor humano é incapaz de prover o perdão, se
destroça nos altos tons, nas ásperas palavras
que desatina em erros, num enorme efeito
cascata, domino, de domínio.
As batalhas ao passar das eras vão ficando covardes,
afugentando-se se escondendo do grande conflito,
do fim e abismo, do caminho à perdição. Sem
entendermos e compreendermos o outro perdemos
a essência do amor, perdemos a essência do belo
e nos resguardamos no amor que adoeceu.
Lentamente,o ódio, a ira, o rancor vão apodrecendo
os corações, consumindo, corrompendo as canções,
as lindas palavras, as festas, luas e noitadas a dois
que os levava a transcendente sensação de um
só coração, numa só alma.
Nessa guerra não há vencedores nem derrotados,
todos saem a sangrar, abatidos, destroçados.
Sem força, o amor em seu último suspiro de
esperança derrama-se em lágrimas, ocorre a
materialização daquilo que é espiritual,
transcendental.
O amor sucumbi no último verso, na última
estrofe de dois corações que se completavam
e hoje formam um precipício a espera de um
lampejo de luz em meio a escuridão do abismo
dos orgulhosos.