GOTAS DE AIS

Uma lágrima desce

No meu semblante,

Aturdido que estou

Com este ocaso...

Vai descendo

Espalhando o sal

Salgando a pele

E o coração

Com aromas de fel

E gritos de ardor

E comichão...

Uma e mais outra

Se seguem na descida

E vão povoando a face

Com humildes cristais

São gotas de vida

São gotas de ais

São minerais

Na face sentida

Aí vêm mais!

Já chegam aos lábios

Deixando o sal

E queima a saudade

Arrasa a verdade

Sentida e fatal

Esta água que cai

Sempre com sal...

Aproxima-se o lenço

De toque suave

Refinado e de cetim

Limpa-me a mim!

Limpa-me a mim!

Mas sequer se abre...

Eu que me seque...

Eu que me lave...

É sempre assim!

AlexandreCosta
Enviado por AlexandreCosta em 17/02/2013
Código do texto: T4144571
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