Um Poeta Desesperado
Morto-vivo,
Cadáver ambulante,
Semideus, semimorto,
Numa realidade distante.
Visão turva,
Pálpebras úmidas.
Olhar desesperançado,
Entregue, cansado.
Lábios desidratados,
Boca que não fala,
Há muito fechada.
De quando em quando,
Balbucia estas palavras:
"Venceste-me, Vida!"
Fecha os olhos e descansa
Sua alma sofrida.