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Epílogo

Olho em teus olhos e vejo uma cor de passado,
Verde musgo, cor de lodo,
Distante, perdido e vago,
Olhos de adeus.

Toco tua pele e sinto um roçar diáfano e frio,
Toque lúgrube, insensível,
Intocável, cerâmico, vazio,
Toque de adeus.

Aspiro teu cheiro e sinto um perfume etéreo,
Perfume de mofo e de pó,
Naftalina, mistério,
Cheiro de adeus.

Ouço tua voz e percebo um eco distante,
Um eco inaudível, reflexo,
Sonoro, explícito, gritante,
Som de adeus.

O o relógio que nunca pára de marcar,
As horas, minutos e segundos que faltam,
Hora que vai chegar,
Hora de adeus.




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Ana Bailune
Enviado por Ana Bailune em 28/02/2013
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