FUNERAL DO HOMEM DO SÉCULO XXI

Febre contínua

Que lancina e avassala,

A violência marca

A ferro, a fogo,

Sáfaras e mágoas

A fúlgida retina das almas.

Por um tempo fugaz --- ao ouvir

Quando o sol bater na janela

Do seu quarto, da Legião Urbana ---

Recobrei a confiança na magmática

E magnânima estrela-mor da esperança.

No entanto --- ao terminar

A execução de canção tão altruísta ---

Recebo um banho de água fria,

Dado pela realidade-hipotermia:

Vagas de homicídio sádico, propina,

Egoísmo, perfídia e injustiça

Asfixiam a respiração dos dias. Auschwitz da Poesia!

Sentindo que a impotência

Está na iminência de me dar

Xeque-mate na partida da vida,

Rendo-me á opera do silêncio

Sem mais delongas, iras

Ou borbulho de elegias.

JESSÉ BARBOSA DE OLIVEIRA

JESSÉ BARBOSA
Enviado por JESSÉ BARBOSA em 01/04/2013
Código do texto: T4217922
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