Ilhas
Solitárias e ensimesmadas
Sofrem em silêncio
Cada qual em sua inércia
Devagar, navegar,
Navegar sem sair do lugar
Choram para o espelho
Abraçam os joelhos
Palavras inúteis ao vento
Sorriem para o sol
Querendo parecer
E apenas aparentam
Nada são
Senão o vazio
De ser, sem fazer parte de algo
Querendo ser continente
Querendo ser
Querendo...
Quereres sem fim
Para suprir o que falta
Tapar o vazio da alma
Procurar sentido
Procurar...
Continente
Continente
Continente
É inútil esperar
Ilhas não saem do lugar!
Apenas barcos
Que passam
Chegam e vão
Nada querem
Muito pedem
Nada dão.
Ilhas, num mar de solidão.