Ilhas

Solitárias e ensimesmadas

Sofrem em silêncio

Cada qual em sua inércia

Devagar, navegar,

Navegar sem sair do lugar

Choram para o espelho

Abraçam os joelhos

Palavras inúteis ao vento

Sorriem para o sol

Querendo parecer

E apenas aparentam

Nada são

Senão o vazio

De ser, sem fazer parte de algo

Querendo ser continente

Querendo ser

Querendo...

Quereres sem fim

Para suprir o que falta

Tapar o vazio da alma

Procurar sentido

Procurar...

Continente

Continente

Continente

É inútil esperar

Ilhas não saem do lugar!

Apenas barcos

Que passam

Chegam e vão

Nada querem

Muito pedem

Nada dão.

Ilhas, num mar de solidão.

Fernanda Bess
Enviado por Fernanda Bess em 09/04/2013
Código do texto: T4232116
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