MOMENTOS INFELIZES

Sons, que são contínuos,são intrigantes,
aqui no alto do morro dos ventos uivantes,
que trazem tristeza maior para meu sertão.
Ventos fortes invadem o morro com maldade,
acirrando no fundo, uma triste saudade,
tocando na ferida, aumentando a solidão.

Onde o cantar de uma solitária pomba jurutí,
não está rimando, com os piados do benteví,
sons rotineiros, nesse casebre do ermitão.
Que junto da natureza, vive só, um solitário,
mas que hoje não viu o seu amiguinho canário,
que em sua janela vem todo dia, mostrar a canção.

O vento para. Agora a montanha está quieta,
nesses momentos, é que aproveita o poeta,
para em versos falar, sobre uma antiga ilusão.
Instantes que no silêncio, um cérebro grita,
e ele vai lançando, através de triste escrita,
lindas rimas, para as estrelas, na escuridão.

O poeta, que tem o seu momento tão infeliz,
fala de um passado, onde viver não mais quiz,
preferiu viver sozinho, longe de uma habitação.
Longe de tudo,da vida, viver só, sem ninguém,
com ou sem , o barulho do vento, se sente bem,
tendo por companhia o sol, a lua, um violão...


GIL DE OLIVE
Enviado por GIL DE OLIVE em 13/05/2013
Reeditado em 13/05/2013
Código do texto: T4289231
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