OPACIDADE...
Ela brincava no seu quarto opaco
Envolta em cacos que não conhecia
Sorrisos nunca lhe ausentaram à face
Mas, de alegria era tão vazia
E soluçava no seu canto escuro
A linda lua já não lhe fascina!
Sob lágrimas virou mulher
Nada mudou. É tão menina!
O mesmo colo que lhe confortava
Aos convites com algum brinquedo
São estas, as pessoas mais íntimas
As mesmas, que lhe causam medo
E julgavam-lhe por manter-se longe
Dos outros homens, que lhe sorriam
Ela pensava: são todos maus...
Se quando chorava, não lhe ouviam
Ela sonhava em libertar-se do quarto,
Da casa, do colo e dos seus anexos
Enojava-se com qualquer homem
E esbaldava-se no mesmo sexo.