OPACIDADE...

Ela brincava no seu quarto opaco

Envolta em cacos que não conhecia

Sorrisos nunca lhe ausentaram à face

Mas, de alegria era tão vazia

E soluçava no seu canto escuro

A linda lua já não lhe fascina!

Sob lágrimas virou mulher

Nada mudou. É tão menina!

O mesmo colo que lhe confortava

Aos convites com algum brinquedo

São estas, as pessoas mais íntimas

As mesmas, que lhe causam medo

E julgavam-lhe por manter-se longe

Dos outros homens, que lhe sorriam

Ela pensava: são todos maus...

Se quando chorava, não lhe ouviam

Ela sonhava em libertar-se do quarto,

Da casa, do colo e dos seus anexos

Enojava-se com qualquer homem

E esbaldava-se no mesmo sexo.

POETA URBANO
Enviado por POETA URBANO em 17/05/2013
Código do texto: T4296082
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