Lembranças bruscas

As minhas lembranças bruscas

Sobrepõem aos poucos cada detalhe

E terceirizam os meus sorrisos

Real ou fictício, cada piscar de olhos

Ia desembaçando as cenas

Desvendando os mistérios aceitos pela minha inocência

E roteirizando o que até então eram fatos desgovernados.

Retratos rústicos sustentavam a pertinente alegria que se manobrava por trás dos olhos estarrecidos

E a maneira superficial a qual contam

Camuflam a parte mais dolorosa da história

Consequentemente, fica cada vez mais retorcida a maneira como me encaram

E cada vez mais duvidosa a forma com que acreditam

Somente a ironia desconcerta a ponto de inquietar

E apenas as falsas ajudas irritam a ponto de desconsiderar

Escassa está a água que purifica as mentes vivas

E cercados estamos dos deturpadores das sãs consciências

Desacreditam-me e querem minha acreditação

Debocham-me e necessitam de minhas palavras edificantes

Se eu clamasse pela bondade que está morando em mim

Talvez ela estaria fora do meu alcance

E mesmo com meus pontos contras

Meu caráter vai insistindo pra eu estabelecer meu autodomínio

Porque ainda com a revolta estrondando

Eu consigo considerar meus princípios

E surtindo ou não o efeito esperado

Eu me mantenho de pé diante das minhas desavenças com meu EU.