HONRA DE MORRER

Meu olhar é inconsolável como o choro aflito

Do pai que perdeu o filho na flor da idade,

E minha tristeza tem a mesma intensidade

Do vento contrário que lhe levou o filho!

Já não peço ao mar amigo o abraço da brisa calma,

Herdei da Natureza a frialdade do inverno;

Não procuro o Céu, nem fujo do Inferno,

Eu sigo apenas o que me diz a voz rouca da alma!

E assim como o Sol se põe no deserto horizonte,

Ergo as minhas mãos, aceno um adeus

E vou andando sem saber ao certo para onde,

Levando na minha noite a Lua que não nasceu!

Se a vida me condenou a errar nos Umbrais,

Que seja o meu fim desaparecer nas sombras;

Já não espero do tempo a eternidade, mas a honra

De morrer em paz!

Carlos Henrique Pereira Maia
Enviado por Carlos Henrique Pereira Maia em 16/06/2013
Reeditado em 18/06/2013
Código do texto: T4344394
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