LÁGRIMAS.

Lágrimas que teimam lavar minha

face,que sai voluptuosa das entranhas

do silêncio.Face que se enruga,

que desmistifica,que externa as

dores do poeta,lágrimas que não

diz nada além dos rios das rugas que

tangem essa face.Lágrimas e face

que se abrem sob esse viaduto frio

e estático,nesta manhã de brisa insensível,

e avenidas engasgada pelo tal progresso,

Lágrimas que sepulta meu dia,e espoem

as chagas de uma mãe que se perde

no choro do filho,coração de mãe é sempre

o mesmo tom,as mesmas sepulturas,os mesmos

paraísos,o choro dos filhos não,para essa

mãe é espada afiada no peito magro e

distante.Lágrimas que desce sem pedir

licença, que mistura ao silêncio da mãe

e a face de fome do filho,nesta larga

avenida, escorre , ganha a pureza do

céu ,aonde Deus pontua as dores,aonde

um dia o sofrimento será convertido

em prazeres.

Angelo Dias
Enviado por Angelo Dias em 03/07/2013
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