Dama de Preto

Dama de Preto

Permaneceu sentada a mercê do destino,

Na gélida tranquilidade de seu terno ser.

Seus olhos manchados por suas vergonhas,

E o mundo é medo que jamais pôde conter.

Seu corpo aflito já não lhe servia tão bem,

O tempo não conseguiu suas vestes agredir.

Aqueles malditos calafrios tão repentinos,

Sobravam tantas razoes para não prosseguir.

E mesmo a lembrança lhe trazia tanto terror,

Sua pálida pele marcada por mãos violentas.

Ajunta-se as preces que até pareciam curar,

Os gritos ensurdecedores numa alma serena.

Onde está a paz que desejas enfim encontrar?

Dormir quando seria gratificante não acordar.

O céu parece um bom lugar para o repouso,

Sua mente esqueceria o medo por enfrentar.

Agora sem mais delongas a alma tende a partir,

E o tempo da ignorância extinguiu-se no nada.

No meio do belo jardim padeceu e fez seu leito,

Descansa a alma de mais uma dama de preto

Victor Cartier

Victor Cunha
Enviado por Victor Cunha em 03/07/2013
Código do texto: T4370740
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