Caos

Cara a cara eu e o mundo

íntimos como velhos amigos que somos

tentando um ombro ao outro dar à tempo

antes que outro Napoleão surgisse

e com seu cavalo branco levasse o sossego

lhe falei da cabeça ida, que pena, Lennon

me falou ele do espinho doído, Hitler

tentamos juntos uma saída para ambos

doente ele e ferido estava

amargurado eu sua dor bastava

buscamos a vida que ele jurou conhecer.

Quando eu e o mundo face a face

fatalmente choramos e o céu choveu

querendo ajudar sem saber como

lágrimas sinceras e eu atado

caindo seus pelos devastadores impunes

rasgavam sem pena a sua carne

e nem o urro dos seus pulmões, vulcões

tocou ninguém.

Chorava o mundo um menino apenas

nada grande como parecia ser

envelhecido de tanto sofrer.

O que estão fazendo com a água

seu sangue virou mangue

e o que a gente vai beber?