Só Porque Sempre Te Achei Linda.
Te vejo por ali,
Tão perto,
Tão distante,
Para mim não sorri,
Fico tão incerto,
Tão vacilante.
Sem saber o que fazer,
Desconhecendo qualquer cortejo
Sem saber o que dizer,
Chafurdo no escuro meu lampejo.
Por que comigo és descortês?
Acaso te fiz alguma grosseria?
Pelo contrário, mais de uma vez
Te enalteci em poesia.
Ao passar por mim,
Simplesmente viras o rosto,
Por que me tratas assim?
De fato mereço tal desgosto?
Vejo-me diante um dilema:
Prosseguir, descobrindo as tuas razões...
Ou relatar noutro poema
Minha desistência e algumas ilusões...
Em ambas situações, de qualquer jeito,
Há uma pitada de sofrimento.
Encostado sobre o meu leito,
Refleti este questionamento.
As estradas da felicidade
E suas várias vielas
Conduzem com dificuldade
Até algumas cidadelas
Onde o amor habita
Preso a tantas variantes,
Cada qual dita
Suas condições delirantes.
Cada um afirma
O que quer e o que precisa,
Enquanto o coração firma
O amante realiza.
Mas não tenho como barganhar,
Pois cumprimentá-la mal pude.
Enquanto a vejo passar
Sou ignorado de modo rude.
O que há em tua mente?
Timidez ou aversão à minha presença?
Só comigo és tão indiferente?
Como posso mudar essa sentença?
Quem ganhou teu coração?
É ele que o teu pensamento persegue?
Só peço um pouco da tua atenção
Embora até isso você me negue,
Pela situação que agora descrevo,
Fico apenas um pouco chateado,
Porém afirmo quando escrevo
Que não me sinto amargurado,
Mas deixar-te-ei em paz
Não és culpada pelo meu dissabor,
Eu já sou um rapaz
Acostumado a furar-se com a flor.
No piano toco pensando em você
Uma música não revelada ainda,
Só porque pessoalmente não posso dizer
Que sempre te achei linda.
Hilton Boenos Aires.
17 – Julho – 2013.