DESPEDIDA

Depositei sobre o mármore frio

Uma roxa flor de saudade

Tentando completar o vazio

Quiçá, colorindo o cinza sombrio

Das angustias e da minha ansiedade

Depositei uma flor de cor forte

Para demonstrar o meu apreço

Subjugado fui pela sorte

Vencido também pela morte

Agarrado ao passado, somente padeço

Depositei com a flor, a tristeza

Que hora trago em meu coração

Escondida na roxa beleza

Entre pétalas de doce leveza

Embebidas outrora em paixão

A saudade roxa será esquecida

Murchará como qualquer outra flor

Perdoe-me se em toda esta vida

Minha afeição mantive escondida

Sem sequer declarar meu amor

Hoje inerte, a lapide retrata

Nossa historia que nunca existiu

Tua ausência agora maltrata

A minha existência tornou-se uma data

Que gravei no peito quando você partiu

Ciro Bevilacqua
Enviado por Ciro Bevilacqua em 16/08/2013
Reeditado em 05/10/2013
Código do texto: T4436958
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