Fugindo de mim mesmo
O vento torto da manhã atordoa minha alma
enquanto evito mais um dia
de ser derrubado por tudo
e sugado pelo nada
Reflito sobre como as coisas foram ficar assim
e não consigo achar respostas
eu me perdi algum dia anos atrás
e nunca mais me encontrei
Corro pelos campos desertos da minha mente
onde já não tem mais grama e já não faz mais sol
procurando achar uma saída para este grande vazio
e lutando contra os monstros que me seguram aqui
Amedrontado pela mudança
mas sufocado pela repetição
estou explodindo neste labirinto
entre a realidade e a ilusão
Hoje olhei pela janela e vi vida
tão perto e tão distante do que fazemos aqui dentro
onde vendemos tudo o que temos:
a nossa alma, e o nosso tempo
Já não quero seguir neste paradigma
já não me importo com onde vou chegar
eu só quero sair daqui
e nunca mais voltar.