Pai divorciado

Potes cheios,

bolachas,

doces,

pirulitos,

chicles com recheio.

Brinquedos organizados,

de um lado e de outro,

com a saudade no meio.

Retratos na parede,

o filho lindo...

Um silêncio abortivo

e o tempo opressivo.

A roda maluca,

o avião inflável,

bichos de pelúcia

e teu sorriso fácil,

sempre tão aguardado.

O tempo que maltrata,

pela segunda-feira,

sempre tão distante do sábado.

Pelas mudanças na aparência,

da infância

para a adolescência.

Perde-se o esteio,

na falta do ombro amigo,

nas noites silenciosas,

nas estórias infantis,

agora ociosas,

na esperança; que jaz melindrosa.

E sopra o vento,

sobre as páginas viradas,

deixando a saudade como testamento.

Sandro Colibri
Enviado por Sandro Colibri em 12/04/2007
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