Sensação tenebrosa

Uma dor:

como solidão, como angústia tenebrosa.

Duas dores:

como noite d'alma,

como abandono desesperador.

Este sou eu:

dor constante em movimento,

dor em constante sentimento.

É como se tudo lamuriasse em angústia.

É como se tudo acabasse em trevas.

Eu não sinto a esperança,

eu não a sinto...

Eu não sinto, não vejo esperança,

e é como se tudo

desaguasse em festas tenebrosas,

em trevas angustiantes,

em multidões amargurantes.

- Eu não sinto, mas a tenho -

Este sou eu:

uma dor ambulante,

uma angústia tenebrosa

em sentimento, em movimento.

Este sou eu (nessa hora):

terminado em angústia,

modelado nas trevas,

cansado pela tristeza,

moldado pela sensação

tenebrosa da festa

de abandono em minh'alma.

É como se tudo terminasse em angústia,

é como se tudo findasse em trevas,

é como se tudo acabasse em tenebrosa tristeza.

(Eu não sinto a esperança,

eu não a sinto... mas sei que a tenho,

eu sei disso, eu preciso saber,

foi me dado a saber: eu a tenho, sim!)

E o meu suadouro frio

não é um sonho, nem um devaneio.

É real. É sensitivo,

é estar em um pesadelo

do ser angustiante.

É como se tudo acabasse em mais amarga angústia.

Cesare Turazzi, em tudo capacitado pelo Altíssimo.

[24/09/13]

Cesare Turazzi
Enviado por Cesare Turazzi em 24/09/2013
Reeditado em 26/10/2013
Código do texto: T4496507
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