mar imóvel...

a fundo

neste mar

sem fundo

meio imóvel...

mergulho

no frio cortante

neste mar

gigante

neste

coagulante

bracejar sem força...

afundo

feito ferro

fundido

feito memento mori...

uma desgraça inconsolável...

neste meu imundo

e insondável mar

de desolação...

sou mundo

de cinzas e pedras

sou rocha renegada

às perdas

sou paredes e friagem sem fim...

e sobrevivo

neste cruel destino

criatura em desatino

por não saber viver...

tão triste, mas tão triste

e distante...

tão inconstante e temerosa...

uma rosa espinhosa

entre flores delirantes...

me perco, me encontrando assim

distante e enfiada em mim

isolada do universo a volta...

e o mundo, gira fundo

(dentro e fora)

permanece hora-a-hora

gritando meu moribundo ser...

não sou nada...

nada pretendo fazer...

nada me atrai...

nada é tão mar assim... imóvel mar sem fim...

xll CLaRa Lee llx
Enviado por xll CLaRa Lee llx em 26/09/2013
Código do texto: T4498930
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